
O que é DTO?
DTO é a sigla para “Data Transfer Object” (Objeto de Transferência de Dados). É um padrão de design utilizado em desenvolvimento de software para representar uma estrutura de dados que é transferida entre diferentes camadas de um sistema, como a camada de apresentação, a camada de negócios e a camada de acesso a dados.
Qual padrão devo escolher?
É importante observar que a escolha do padrão a ser utilizado depende das necessidades específicas da aplicação e do contexto em que ela está sendo desenvolvida. Cada padrão tem suas próprias vantagens e considerações, e é recomendado avaliar qual deles se adequa melhor ao caso de uso em questão.
Esse são os padrões mais conhecidos:
Padrão DTO Clássico:
Neste padrão, os DTOs são objetos simples que contêm apenas campos de dados e métodos de acesso. Eles são usados para transferir dados entre camadas do sistema e geralmente têm uma estrutura semelhante à dos objetos de domínio, mas com menos lógica e comportamento.
Padrão Value Object (VO):
Esse padrão envolve o uso de DTOs que representam valores imutáveis e sem identidade. Os DTOs do tipo Value Object são frequentemente utilizados para transferir dados que são usados como argumentos de métodos ou retornados por métodos de serviço.
Padrão Data Transfer Object (DTO) Anêmico:
Esse padrão é uma variação do padrão DTO clássico, onde os DTOs contêm apenas os campos de dados, mas sem métodos de acesso. Eles são usados principalmente para transferir dados entre camadas, sem adicionar qualquer lógica ou comportamento aos objetos DTO.
Padrão de Mapeamento de DTO:
Esse padrão envolve o uso de bibliotecas ou frameworks de mapeamento de objetos para facilitar a conversão entre objetos de domínio e DTOs. Essas ferramentas automatizam o processo de mapeamento, evitando a duplicação de código e simplificando a implementação dos DTOs.
Padrão de Múltiplos DTOs:
Nesse padrão, diferentes DTOs são criados para representar diferentes visões ou projeções dos mesmos dados. Isso permite que diferentes partes do sistema recebam apenas os dados relevantes para suas necessidades, evitando o transporte de informações desnecessárias.
Como utilizá-lo nas aplicações?
O uso de DTOs em aplicações pode ser benéfico em várias situações. Aqui estão algumas maneiras comuns de utilizar DTOs:
Transferência de dados entre camadas:
DTOs são frequentemente usados para transferir dados entre as camadas de uma aplicação. Por exemplo, em uma arquitetura em camadas, você pode ter um DTO que representa os dados de um objeto de negócio e usá-lo para transferir esses dados da camada de acesso a dados para a camada de serviços ou para a camada de apresentação.
Exposição de APIs:
Quando uma aplicação fornece uma API para que outras aplicações consumam seus serviços, é comum utilizar DTOs para definir a estrutura dos dados transmitidos pela API. Os DTOs podem representar os objetos de domínio ou entidades de negócio de forma simplificada, atendendo às necessidades específicas da API.
Redução de dados transportados:
Em sistemas distribuídos ou em situações em que a largura de banda ou o desempenho são preocupações, o uso de DTOs pode ajudar a reduzir a quantidade de dados transportados entre os componentes. Você pode criar DTOs que contenham apenas os campos necessários para uma operação específica, evitando o transporte de dados desnecessários.
Transformação de dados:
Em alguns casos, é necessário transformar os dados de uma forma específica antes de enviá-los ou exibi-los. Os DTOs podem ser usados para representar os dados em uma forma intermediária, permitindo que você aplique lógica de transformação ou formatação antes de enviar ou apresentar os dados.
Importante: É lembrar que o uso de DTOs deve ser adequado ao contexto da aplicação e às necessidades específicas do sistema. O objetivo principal é facilitar a transferência de dados entre componentes, melhorando a separação de preocupações e simplificando a comunicação entre as diferentes partes do sistema.
Qual a vantagem?
Separamos algumas vantagens que contribuem para um código mais modular, reutilizável e de fácil manutenção e com uma boa escalabilidade e interoperabilidade com uso dos DTOs. Elas são:
Separação de preocupações:
Utilizar DTOs ajuda a separar a lógica de negócios dos detalhes de transporte e representação dos dados. Isso permite que as diferentes camadas do sistema se concentrem em suas responsabilidades específicas, tornando o código mais organizado e de fácil manutenção.
Flexibilidade e evolução:
Os DTOs fornecem uma abstração dos dados, o que torna mais fácil realizar alterações na estrutura interna das entidades de negócio sem afetar a interface de comunicação. Isso permite que você faça modificações no modelo de dados sem impactar diretamente as camadas que utilizam os DTOs, facilitando a evolução e a manutenção do sistema.
Performance e redução de dados:
Utilizar DTOs pode melhorar o desempenho da aplicação ao reduzir a quantidade de dados transportados entre as diferentes camadas ou componentes. Você pode escolher apenas os campos relevantes para cada operação e evitar o transporte de informações desnecessárias. Isso pode ajudar a diminuir a largura de banda utilizada e melhorar a velocidade de resposta da aplicação.
Flexibilidade em serviços e APIs:
Ao expor serviços ou APIs, o uso de DTOs permite que você modele os dados de forma adequada às necessidades dos consumidores desses serviços. Você pode selecionar os campos a serem retornados, organizar os dados de maneira hierárquica e até mesmo transformar ou adaptar os dados para diferentes formatos, como JSON, XML, entre outros.
Testabilidade:
Utilizando DTOs, é mais fácil testar as diferentes camadas do sistema de forma isolada. Você pode criar objetos DTO com dados específicos para simular cenários e casos de teste, facilitando a validação do comportamento das camadas.
Existe desvantagem?
Nem tudo são flores, o uso do DTOs também requer um cuidado adequado na sua implementação e gerenciamento para evitar possíveis desvantagens. Separamos algumas:
Aumento da complexidade:
O uso de DTOs pode adicionar um nível de complexidade ao código, especialmente em aplicações maiores ou com estruturas mais complexas. Isso ocorre porque é necessário criar e manter os DTOs, mapear os dados entre os objetos de domínio e os DTOs, além de gerenciar possíveis transformações e validações dos dados.Aumento da quantidade de código:
A introdução de DTOs pode resultar em um aumento na quantidade de código, pois é necessário criar classes e estruturas adicionais para representar os DTOs. Isso pode tornar o código mais extenso e potencialmente mais difícil de entender e dar manutenção.Possível duplicação de código:
Em alguns casos, o uso de DTOs pode levar à duplicação de código, pois é necessário mapear os dados entre os objetos de domínio e os DTOs. Isso pode resultar em uma duplicação de estruturas de dados semelhantes, aumentando a possibilidade de erros e tornando a manutenção mais trabalhosa.Sobrecarga de desempenho:
Embora o uso de DTOs possa ajudar a melhorar o desempenho em alguns casos, em outros cenários pode haver uma sobrecarga adicional devido à necessidade de conversões e transformações dos dados. Se não for feito de forma eficiente, o processo de mapeamento e transformação dos dados pode consumir recursos e afetar negativamente o desempenho da aplicação.
Para finalizar lembre-se de que o uso de DTOs é uma prática recomendada, mas não é uma solução universal para todos os casos. Considere cuidadosamente as necessidades da sua aplicação, o contexto e a complexidade envolvida antes de decidir utilizar DTOs.
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